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terça-feira, 5 de abril de 2011

   Seu olhar fixava-se nas linhas vazias do papel; Tentava organizar em si as memórias do que outrora era bom; Nada; A confusão que se armara em sua mente parecia infinita; Tão perto de um começo, tão longe de um fim; Clichê!; Era tudo o que vinha a sua cabeça; Eis que sua atenção foi desviada para cada sinal de que dentro de si ainda havia vida; O coração ainda batia, os pulmões ainda se enchiam de ar, o cérebro ainda estava oxigenado, a mente ainda tinha vida própria; Sentiu em seu interior algo que o consumia; Absorvia cada rastro do passado, convertia-os, transformava tudo em raiva, ódio; O coração, um dia cheio de amor, estava negro, tomado pelo mal; Uma presença estranha o arrepiava cada pêlo no corpo; Quem seria?; Por um instante imaginou ser sua amada prestes a levá-lo para longe dali; Pobre criança; Aquele maldito sonho o distraiu, não sentiu o ritmo acelerado de seu fraco coração; Estava acabado, seu corpo, agora sem vida, esfriava estirado numa sala vazia enquanto sua alma lamentava a lágrima que caía de seus olhos eternamente cerrados;


Thyago Ribeiro

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