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segunda-feira, 25 de abril de 2011

“Música!”

Em campo simples ele compunha
Cansou-se de escrever com dó
Tendo o sol como testemunha
Tendo a canção para cantar só

Ela dançava suavemente
Com um sorriso branco, envolvente
Uma Alice sem seu mundo de maravilhas
Uma menina do mundo das sapatilhas

Notas complexas em tons arranjados
Movimentos clássicos com nomes complicados
Instrumentos vazios, sem música, sem vida
Passos sombrios anunciando uma despedida

Sem swing e harmonia ele pôs-se a compor
Infeliz, sem alegria ele expôs o seu amor

No palco sem luz ela pôs-se a dançar
O seu mundo não existia, pertencia a outro lugar

Olhares afastados fixados no nada
Uma música tão bonita esperando ser tocada...


Thyago Ribeiro

terça-feira, 12 de abril de 2011

“Poeminha de amor”

Eu tentei falar de amor
Mas logo o rimei com a dor
Tentei te falar da paixão
E rimando vi o coração

No infinitivo tentei te amar
Mas isso é verbo, melhor parar
Não escrevi pois vivo em paz
Vi o céu azul, rosa e lilás

Fiz um poema sobre um clichê
Fiz um poema sobre você


Thyago Ribeiro

terça-feira, 5 de abril de 2011

“Alegria, alegria”

Alegria, alegria
Viva a noite
Viva o dia
Viva o real
E a fantasia

Alegria, alegria
Viva o sol
Estrela guia
Viva a lua
E sua magia

Alegria, alegria
Viva a solidão
E a companhia
Viva a tristeza
E a histeria

Alegria, alegria... 


Thyago Ribeiro
   Seu olhar fixava-se nas linhas vazias do papel; Tentava organizar em si as memórias do que outrora era bom; Nada; A confusão que se armara em sua mente parecia infinita; Tão perto de um começo, tão longe de um fim; Clichê!; Era tudo o que vinha a sua cabeça; Eis que sua atenção foi desviada para cada sinal de que dentro de si ainda havia vida; O coração ainda batia, os pulmões ainda se enchiam de ar, o cérebro ainda estava oxigenado, a mente ainda tinha vida própria; Sentiu em seu interior algo que o consumia; Absorvia cada rastro do passado, convertia-os, transformava tudo em raiva, ódio; O coração, um dia cheio de amor, estava negro, tomado pelo mal; Uma presença estranha o arrepiava cada pêlo no corpo; Quem seria?; Por um instante imaginou ser sua amada prestes a levá-lo para longe dali; Pobre criança; Aquele maldito sonho o distraiu, não sentiu o ritmo acelerado de seu fraco coração; Estava acabado, seu corpo, agora sem vida, esfriava estirado numa sala vazia enquanto sua alma lamentava a lágrima que caía de seus olhos eternamente cerrados;


Thyago Ribeiro