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quarta-feira, 23 de março de 2011

“Amor e morte”

   [...]Desde então tenho lutado para não me tornar aquilo que tanto temi; Vi fantasmas, provei sangue, senti o sangue, derramei o sangue; Um assassino incomum, vagando pelas estreitas vielas do que, um dia, fora chamado de vida; Sedento por sangue, tomado por espíritos, possuído, perturbado, maldoso, perverso, cruel[...]; Segui teus rastros, teu cheiro, teus passos; Segui segurando as lágrimas, não havia tempo a perder enxugando-as; Corri, fugi dos meus medos e trouxe comigo os seus; Minha trilha foi marcada por terror, sangue, suor, poeira, medo, medo, medo,[...]; Nas sombras minha face ficou oculta; Meu vulto foi tudo o que pude te mostrar; O controverso sabor insípido das lágrimas chegou a minha boca; As últimas palavras que deixei chegar a seus ouvidos  saiam dolorosamente de minhas cordas vocais; “Eu te amo”; E no escuro surgiu um clarão, no silêncio ouviu-se um trovão; Um disparo, uma bala, um grito e um mar vermelho derramado a meus pés[...]; [...]E desde então tenho lutado para não me tornar aquilo que tanto temi[...]


Thyago Ribeiro

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